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Filhos, obedeçam! Pais, não irritem!

Pais+filhos1Familiares e conselheiros têm grandes dificuldades, quando tentam ajudar “filhos e pais em pé de guerra”! Este texto (baseado no livro de Efésios) mostra que cada um deles tem sua parte a caminhar, em direção à paz e à vontade de Deus, para suas vidas e famílias. Ef 6:1-4: “Filhos, obedeçam a seus pais… Pais, não irritem seus filhos…”.

O livro de Efésios foi escrito por Paulo, próximo do ano 62, quando o apóstolo estava em sua primeira prisão, na cidade de Roma. Nesta época ele também escreve as cartas de Colossenses, Filemon e possivelmente, também Filipenses.

Efésios traz duas ideias principais: a primeira, mostrar que a “IGREJA é a NOVA SOCIEDADE” (pensada na mente de Deus desde a eternidade), composta por pessoas de todas as raças, tribos e nações, que tenham a Cristo como o Senhor de suas vidas. A segunda ideia é mostrar que, o “COMPORTAMENTO das pessoas que compõe esta nova sociedade chamada Igreja, tem que ser EXEMPLAR”! 

Por esta razão, Paulo exorta a maridos, esposas, patrões, empregados, filhos e pais, a agirem de uma maneira diferente de como faziam antes de se converterem – agora eles devem ter o comportamento digno da “Família de Deus”. Efésios 6:1-4 nos mostra como devem agir os filhos e pais, que querem refletir uma vida que agrada a Deus.

1. O DEVER DOS FILHOS: “Obedeçam a seus pais” (Ef 6:1-3)

Paulo dá três motivos para esta obediência:

a) PORQUE É JUSTO (é o CERTO, é o que DEUS QUER) – (v.1)

Quem afirma isso, através do apóstolo Paulo, é o mesmo Deus que criou os céus, a Terra e todo o Universo, com precisão incrível. Foi Ele quem fez os seres humanos e os conhece em toda a sua complexidade. Deus colocou uma hierarquia natural na família, onde a função dos filhos é obedecer aos pais, que lhes ensinarão os conceitos como: honra, valores morais, honestidade, o que é certo e errado, etc.

b) PORQUE ESTÁ NA LEI DE DEUS (v.2-3)

Este assunto da máxima importância – pois é um dos 10 mandamentos de Deus para orientar o bom andamento da humanidade. O desprezo a este mandamento, tem trazido efeitos terríveis a muitos países. Mas existe uma recompensa maravilhosa a quem obedece aos seus pais: VIDA LONGA!

Muitos que duvidam de que esta recompensa seja uma realidade, deveriam “entrevistar” pessoas idosas de suas próprias famílias. Certamente iriam ouvir testemunhos excelentes, de pessoas que obedeceram a seus pais, enquanto estavam debaixo de sua autoridade! Quer viver muito? Obedeça seus pais!

c) POR CAUSA DO SEU TESTEMUNHO CRISTÃO (v.1 – “no Senhor”)

As palavras “no Senhor”, têm o mesmo sentido da frase muito usada por Paulo, que é “o homem EM CRISTO”, como em 2Co 5:17: “se alguém está EM CRISTO, nova criatura é …”. O apóstolo mostra que filhos que temem a Deus devem obedecer aos pais, visando o testemunho de sua nova vida com Cristo.

Existem limites para esta obediência? Sim! Pois apesar de Cl 3:20 afirmar que a obediência deve ser “em tudo”, está claro que há exceções, pois Cristo não se “sentirá grato” (como diz o texto) com um filho que matou, roubou ou prostituiu-se, por obedecer seus pais. Mas vamos reconhecer: a maioria das ordens dos pais, não têm esse caráter “absurdo” acima e podem muito bem serem obedecidas. Se o filho discorda em alguma questão, deve tentar dialogar. Caso os pais não mudem de ideia, obedeça. Este é o princípio.

Em cada cultura, há um momento de independência dos filhos com a benção dos pais (por casamento, por maioridade, etc). Cessaria aí, a obrigatoriedade de obediência, mas não a obrigatoriedade da honra.

2. O DEVER DOS PAIS: “Não irritem seus filhos” (Ef 6:4)

Depois de exaltar a autoridade paterna (v.1-3), a ordem de Paulo para os pais é: “Contenham a sua autoridade” ou então, “Não abusem da sua autoridade”. Existem pais, nos dias de hoje, que “irritam” os seus filhos das mais variadas formas. E estes filhos ficam “desanimados”, dizendo: “Não dá para conversar com meus pais … É só discussão, gritaria … Agora, eu entro em casa e me tranco no quarto, sem conversar com ninguém”.

Por que o apóstolo deu estas exortações aos pais, tanto aqui em Efésios, quanto em Colossenses 3:21? Devemos lembrar que Paulo está vivendo na época do Império Romano. Eles guerreavam e venciam os povos militarmente; passavam a ditar regras e normas que, pela vivência diária com aqueles conceitos, tornavam-se prática comum dos povos dominados. Uma das áreas que os romanos influenciavam, era o costume de criar os filhos e o da autoridade que os pais exerciam.

Veja como era a autoridade paterna exercida pelos romanos, durante o Novo Testamento: eles podiam matar os recém-nascidos, abandonar filhos pequenos, vender filhos como escravos, forçar os membros da família a trabalhar no campo, fazer as leis com as próprias mãos, castigar até a morte. Como você pode perceber, não existia um “Estatuto da Criança e do Adolescente” naqueles dias, no Império Romano.

Paulo está querendo dizer o seguinte, àqueles pais que agora têm a Jesus como o Senhor de suas vidas: “Não abusem de sua autoridade, como fazem os romanos, pois os padrões de vocês agora, são os padrões de Deus!”. O apóstolo está mostrando que, nesta nova sociedade (Igreja), os pais devem cuidar da sua família, como Deus cuida da família dEle (com justiça, equilíbrio e sem exageros).

Você poderá dizer: “Mas qual a relevância disto em nossos tempos? Já temos leis que impedem aos pais cometerem os absurdos que os romanos faziam!”. É verdade! Mas será que os pais podem, hoje em dia, estar abusando de sua autoridade, sem perceber? Os pais podem abusar de sua autoridade, quando:

a) Exigem dos filhos a execução de tarefas complicadas, sem levar a inexperiência deles. Com quase nenhuma explicação ou treinamento, cobra-se deles a perfeição. Quando a falha acontece (o que é quase inevitável), existe a humilhação, a crítica e os penosos castigos.

b) Favorecem um filho em detrimento de outros. Quando algum filho tem uma vitória, é algo muito bom. Mas exaltar sempre ao que se dá bem, colocando-o como “o bom exemplo”, e ao mesmo tempo menosprezando, inferiorizando e humilhando os outros filhos, além de ser falta de sabedoria, provocará distúrbios emocionais e uma péssima convivência com os outros irmãos.

c) Agem com crueldade. A Bíblia é favorável à “disciplina” dos filhos, mas isso não pode ser confundido com “crueldade”. Espancamentos, discussões e brigas, são comuns em algumas famílias, quando “métodos verbais” poderiam solucionar o problema. Em muitos casos, esses “abusos de autoridade” são parte da insegurança dos pais. Em outros casos, são os pais que necessitariam de uma orientação, até mesmo de um profissional.

d) Humilham, desvalorizam e ridicularizam publicamente um filho. É uma covardia muito grande, pessoas adultas que já deveriam ter um equilíbrio nas suas palavras, dizem frases terríveis como: “Você não serve para nada …”, “Você é um burro, um ignorante, nunca será alguém na vida …” e outras semelhantes a estas. Isso provoca revolta e abalos psicológicos nesses filhos, que muitas vezes passam a vida inteira, tentando provar que são pessoas dignas e úteis à sociedade. Outras vezes, jogam-se à marginalidade, como se dissessem: “Se meus pais disseram que eu não presto, talvez seja verdade”.

Como devem então ser os pais?

Devem ser compreensivos e amorosos, pois assim levarão seus filhos, a um desenvolvimento correto na sua personalidade, nos seus dons e talentos. Desta forma, ocorrerá um encorajamento positivo. Paulo está reconhecendo que, os filhos também têm seus direitos. São menores, mas devem ser respeitados e nunca explorados, manipulados ou esmagados (Mt 7:12 – “Como quereis que vos façam, assim fazei vós …”).

O apóstolo continua no v.4: “antes criem-nos segundo a instrução e o conselho do Senhor”. Lembre-se que:

  O verbo “CRIAR”, no grego (Ektrepho) quer dizer “nutrir, alimentar”;
  A palavra “INSTRUÇÃO” (em algumas traduções: “disciplina”), no grego (Paideia) tem a ideia de “treinamento por disciplina” (ensinar e se necessário, corrigir);
  A palavra “CONSELHO” (algumas versões trazem: “admoestação”), no grego (Nouthesia) tem o sentido de “instruir, aconselhar e advertir verbalmente”.

Percebemos que Deus dá forte ênfase, ao trabalho dos pais como educadores (ensinar, instruir, aconselhar, advertir etc). A ação da disciplina é ampla, variada e não consta unicamente de uma “correção dolorida”, como muitos pais fazem. Filhos, têm temperamentos e comportamentos diferentes; por isso, as formas de advertir têm que ser diferentes. Temos que buscar o equilíbrio na disciplina, a começar de nós mesmos, como pais.

Pr. Martyn Lloyd-Jones disse: “Ao disciplinar uma criança, você deve ter primeiramente, controlado a si mesmo. Que direito tem você de dizer ao seu filho que ele precisa de disciplina, quando você é que está precisando dela? O autocontrole, é o controle do seu próprio temperamento, é uma condição prévia essencial no controle dos outros”.

O fim do v.4, nos lembra que a instrução e o conselho são “DO SENHOR”. Jesus deve ser o administrador da disciplina. Os pais são os instrumentos. É por isso que quando estiverem “extremamente irados”, devem se acalmar e orar, para que o Senhor os ajude a agir com equilíbrio, no momento da disciplina. Caso não se sintam em condições, devem aguardar o momento apropriado.

Pais equilibrados, apresentam Cristo aos filhos, quando exercem o ensino e a disciplina, de forma justa e sábia. Pode parecer um “método de evangelizar” meio diferente, mas é assim que acontece. Os filhos crescem dizendo: “meus pais sempre agiram de forma justa ao me disciplinar, porque servem a Deus. Quero conhecê-lO melhor e serví-lO também!”.

Nosso Deus é maravilhoso! O Criador do Universo, está disponível e interessado pelos pequenos e grandes problemas, de pessoas como nós! NEle encontramos a Sabedoria, orientação e Graça, para trabalharmos nossos relacionamentos. Como se não bastasse, recebemos recompensas como: filhos obedientes, ganham mais dias sobre a terra; pais equilibrados, desfrutam de lares cada vez mais saudáveis!

Filhos e pais, façam agora uma avaliação sobre como estão procedendo. Este é o momento para corrigir os rumos e pedir a ajuda ao Senhor. É tempo de começar um novo relacionamento entre pais e filhos!

Autores: Pr. Sergio e Psi. Magali Leoto

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