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Filhos São Como Flechas

flechasEscrito por: Virgínia Martin.

Filhos são como flechas que carregamos na aljava. E eu gosto muito desta comparação feita por Davi: “Como flechas na mão do guerreiro, assim são os filhos da mocidade. Feliz o homem que enche delas a sua aljava; não será envergonhado quando pleitear com os inimigos à porta” (Salmo 127.5 e 6). Aljava era uma espécie de saca, um estojo ou equipamento usado para carregar as flechas usadas pelos arqueiros desde a antiguidade. Quem porta uma aljava cheia de flechas está bem munido.

Mas flechas não são apenas armas de combate ou mesmo de esporte, mas instrumentos magníficos que exigem técnica, preparo, concentração para quem faz uso elas. Nossos filhos podem ser flechas certeiras, aquelas que lançamos com precisão, usando força e sensibilidade na medida certa. É preciso ter um bom arco, assim como um olhar apurado para a mira. Pais que sabem usar flechas estão quase sempre bem acompanhados. Lançam seus frutos que cortam o ar, atravessam o mundo com sua força a fim de atingir o melhor alvo.

Se você é divorciado e tem filhos, tenha certeza de que será uma tolice dizer que seu casamento foi um engano, um erro. Afinal, seus filhos surgiram desta união. São a melhor parte do que você e seu ex-cônjuge construíram. Celebre! Se você é casado e divide as responsabilidades diárias para a criação da prole com seu amado ou amada, saiba que você vive um privilégio porque, mesmo com todos os desafios, seus filhos são seu maior campo missionário, sua significativa prioridade, sua melhor produção em vida. Festeje!

Sim, filhos representam uma poderosa herança, flechas sendo preparadas e afiadas. Sem eles, sua aljava seria diferente, talvez empobrecida. Não sabemos. Com eles, você transformou-se em um melhor guerreiro na vida. E criar filhos atualmente representa estar em uma guerra constante.

Quem está de fora da tarefa de criar filhos sequer imagina o acúmulo de demandas que eles trazem ao cotidiano de pais – divorciados ou não -, independentemente da idade ou do número da prole. Sejam ainda bebês, crianças, adolescentes ou jovens, eles são a prioridade, o foco central de quem mora com eles e, consequentemente, acompanha de perto a evolução do destino. E, como nunca foi fácil ser pai ou mãe, a meta é superar a “loucura”, “matar um leão por dia” e prosseguir na boa missão de educar, de preferência, sem reclamar.

Tive a oportunidade de conhecer homens e mulheres que deixaram de sair, seja para o lazer, seja para uma necessidade urgente, porque não tinham com quem deixar seus filhos e, mesmo assim, sentiam grande prazer em estar com eles. Também lamentei por mães que cuidavam exaustivamente de crianças pequenas, enquanto o ex-companheiro desfilava despreocupadamente como se nem filho tivesse.

Certa vez, vi um homem divorciado participar de uma reunião de pais na escola dos filhos, fantasiado de “bom pai”, ostentando um ar de responsabilidade diante de uma situação que mal conhecia. Era tão distante do contexto dos filhos que, consciente ou inconscientemente, não conseguia imaginar o tamanho de sua omissão frente às inúmeras necessidades de seres que tinham seu próprio sangue.

Mas também lembro de ter conhecido pais – e não são poucos – que, sozinhos, criaram seus filhos desde pequenos. Muitos zelavam em tudo, bancando tudo, sendo o melhor pai do mundo, alicerçado no amor e na alegria de poder administrar pessoalmente o seu maior bem. Homens assim são admiráveis e, felizmente, não estão em extinção. Pelo contrário, estão se avolumando no cenário social e familiar. Palmas para eles!

Meninos e meninas em fase de crescimento possuem uma velocidade incrível de apelos. Estão sempre requerendo nosso preparo, nossas reações, nossas respostas e nossas soluções rápidas para suas demandas de formação. Quanto mais o tempo passa, mais devastadores podem ser os efeitos de problemas e anseios mal trabalhados. Como estão em crescimento físico, espiritual e emocional, não dá para supor que terão a mesma maneira de pensar e agir que um adulto. Nem dá para fugir de ser pai e mãe. É inevitável agarrar a realidade com as unhas para que não seja tarde demais e todas as flechas saiam tortas da aljava, antes mesmo de serem lançadas para o futuro. Quem foge desta responsabilidade é, sem exageros, uma pessoa de mau caráter.

Filhos também precisam ser poupados. Seria repetitivo, mas urgente dizer que não devem ser usados como armas de briga entre o casal separado. Afinal, são flechas do bem e não do mal. E, embora a gente saiba que “trocentos” pais usam seus filhos para punir seus “ex”, o bom senso grita a todo momento que alguma coisa seja feita contra esta anomalia “performática”. E eu confesso que não tenho tanta certeza de que a igreja nota ou reage frente aos sinais de sofrimento mudo estampado no semblante de muitos filhos do divórcio.

Vou fazer um pedido. Pare e crave algo em sua cabeça: toda justiça pertence a Deus. É com Ele e por Ele que todas as mazelas emocionais serão sanadas. Volte a lembrar de que “aqui se faz e aqui se paga”. E o que tem de gente arrependida por aí… Sejam pais que perderam o melhor tempo com seus filhos, sejam aqueles que não cumpriram minimamente seu papel, muito menos usufruíram do que tinham na aljava. De longe, apenas viram as flechas sendo disparadas para a vida, foram expectadores do maior espetáculo da terra que é formar um ser vivo, dentro e fora da barriga.

Filhos existem para serem amados, polidos a cada dia, preparados para o voo certeiro. Pais emocionalmente saudáveis criam filhos emocionalmente saudáveis, não importa a dor que foi gerada na família, e todo mundo sabe disso. Assim como creio no amor para homens e mulheres de famílias desajustadas, creio no amor para os filhos destas pessoas.

Filhos precisam ser educados com o melhor de nós mesmos, e não com o pior. E isso é possível, mesmo no meio de imensas dificuldades. Germine verdade, cumplicidade, amor, alegria e serenidade em casa e você verá gente rindo debaixo do seu teto, pois “ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimentos; as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja vacas, todavia, eu me alegrarei no Senhor, exultarei no Deus da minha salvação” (Habacuque 3.17-18). Viva a alegria de Habacuque! Viva a alegria de nossos filhos, garantida por Deus, frutificada em uma família que vive de perdão, de esperança, de união.

Virgínia Martin é jornalista, pós graduada em Propaganda, Comunicação e também em Pedagogia.
É escritora e palestrante.  www.divorciadoscuradosebemhumorados.com

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